De tempos em tempos, tenho de me esvaziar.
É uma vontade absurda e involuntária, quase
inconsciente de aliviar-me das dores sentidas, de todos os desaforos, desafetos
e de todas as minhas lutas diárias...
Nestes dias de faxina, eu me entrego naturalmente.
Me entrego às lembranças, aos meus desejos ainda
não realizados e, vulnerável às minhas emoções, busco o silêncio do meu
quarto, mas a minha mente não silencia!
Espero a revanche e aí me entrego a mim mesma, para
depois, então, me devolver ao mundo: novinha em folha... mais uma vez!
Ana Soares
(funcionária do
departamento financeiro da FIRP)
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