África, berço
da humanidade, gigante que tanto tem chorado seus filhos desde as épocas mais
antigas, até os dias de hoje. Seu sangue negro, suas raízes se espalharam e
deram frutos de inúmeras belezas, qualidades, sabedoria e altivez. Assim
como tantos outros filhos seus, Luiza Mahin, nascida na África, na “Costa da
Mina” (Nagô de Nação), pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã.
Guerreira, trazia nas suas veias o sangue negro desse gigante (continente
africano) assim como tal, lutou. Foi símbolo de resistência, de garra, de quem
não se entrega. Deu frutos que marcaram épocas e deixou o seu nome gravado nas
páginas da nossa rica história. Luis Gama, seu filho.
Recebendo por herança da sua mãe negra (a África), a capacidade de lutar e a intolerância perante a injustiça. Os seus ideais, as suas lutas, revolucionaram o mundo e fizeram histórias, os seus feitos repercutem até os dias de hoje.
Luiza Mahin, negra, livre, mas onde está a sua liberdade? Talvez por isso tenha sido deveras vingativa nos seus feitos, buscando demonstrar toda a sua coragem de lutar, de defender o seu sangue negro, a sua causa. Suspeitas de desordem e provocações se levantaram contra ela, mas ela na sua altivez e coragem, não se deixou abater, abalar.
Foi acusada de liderar revoltas como a dos Malês e a Sabinada, todavia, a existência ou ausência de documentos que desmintam ou comprovem estes feitos, vêm a transmitir a incerteza ou veracidade de tais fatos.
A sua liberdade lhe fez escrava, pois sendo ela livre, tornou-se rebelde e foi presa, enclausurada em prisões que limitavam seus passos, a ocultavam dos olhos dos brancos, mas jamais puderam lhe tirar o sabor da vingança, da luta, dos sonhos.
Perdeu o contato com o seu filho, quando esse era ainda um menino e não teve o prazer de vivenciar e usufruir o sabor que este lhe ofereceu nos seus escritos, mesmo incerto da sua existência.
Se por um lado lhe negaram a vida, as escolhas, a liberdade, por outro lado lhe encorajaram, lhe fortaleceram e lhe coroaram a rainha das lutas, dos levantes, dos rebeldes. A sua incansável e incontestável luta pela liberdade, lhe tornou um marco na história da escravidão no Brasil, num ciclo de movimentos revolucionários e liberais.
Deportada para o seu país de origem, se fez oculta, mas não perdeu o sonho de um dia voltar ao Brasil e quem sabe, reencontrar o seu filho. Sonho que ansiou assim como muitas outras mães negras da sua raça, da sua tribo, com os mesmos desejos roubados, os mesmos sonhos saqueados, os mesmos direitos negados...
Apesar de toda evolução, de todas as revoluções, de tantas lutas, ainda me questiono se o Brasil é realmente um país anti-racismo. Assim como toda regra tem exceção, leis foram criadas e pune todo tipo de racismo no Brasil.
Em 9 de janeiro de 2003, foi sancionada a lei 10.639 que dá obrigatoriedade às escolas de ensino fundamental e médio, a incluírem no calendário, o ensino sobre a cultura e história afro-brasileira como disciplina, com o intuito de discutir questões relativas ao processo ensino-aprendizagem.
Nenhum documento atesta a realeza de Luiza Mahin, no entanto, ela esteve à frente de muitos movimentos revolucionários, lutou com garra por justiça e liberdade, assim como tantas e tantos que até os dias de hoje gritam, lutam por seus direitos e que merecem o mais alto título da realeza.
Ana Bezerra
Recebendo por herança da sua mãe negra (a África), a capacidade de lutar e a intolerância perante a injustiça. Os seus ideais, as suas lutas, revolucionaram o mundo e fizeram histórias, os seus feitos repercutem até os dias de hoje.
Luiza Mahin, negra, livre, mas onde está a sua liberdade? Talvez por isso tenha sido deveras vingativa nos seus feitos, buscando demonstrar toda a sua coragem de lutar, de defender o seu sangue negro, a sua causa. Suspeitas de desordem e provocações se levantaram contra ela, mas ela na sua altivez e coragem, não se deixou abater, abalar.
Foi acusada de liderar revoltas como a dos Malês e a Sabinada, todavia, a existência ou ausência de documentos que desmintam ou comprovem estes feitos, vêm a transmitir a incerteza ou veracidade de tais fatos.
A sua liberdade lhe fez escrava, pois sendo ela livre, tornou-se rebelde e foi presa, enclausurada em prisões que limitavam seus passos, a ocultavam dos olhos dos brancos, mas jamais puderam lhe tirar o sabor da vingança, da luta, dos sonhos.
Perdeu o contato com o seu filho, quando esse era ainda um menino e não teve o prazer de vivenciar e usufruir o sabor que este lhe ofereceu nos seus escritos, mesmo incerto da sua existência.
Se por um lado lhe negaram a vida, as escolhas, a liberdade, por outro lado lhe encorajaram, lhe fortaleceram e lhe coroaram a rainha das lutas, dos levantes, dos rebeldes. A sua incansável e incontestável luta pela liberdade, lhe tornou um marco na história da escravidão no Brasil, num ciclo de movimentos revolucionários e liberais.
Deportada para o seu país de origem, se fez oculta, mas não perdeu o sonho de um dia voltar ao Brasil e quem sabe, reencontrar o seu filho. Sonho que ansiou assim como muitas outras mães negras da sua raça, da sua tribo, com os mesmos desejos roubados, os mesmos sonhos saqueados, os mesmos direitos negados...
Apesar de toda evolução, de todas as revoluções, de tantas lutas, ainda me questiono se o Brasil é realmente um país anti-racismo. Assim como toda regra tem exceção, leis foram criadas e pune todo tipo de racismo no Brasil.
Em 9 de janeiro de 2003, foi sancionada a lei 10.639 que dá obrigatoriedade às escolas de ensino fundamental e médio, a incluírem no calendário, o ensino sobre a cultura e história afro-brasileira como disciplina, com o intuito de discutir questões relativas ao processo ensino-aprendizagem.
Nenhum documento atesta a realeza de Luiza Mahin, no entanto, ela esteve à frente de muitos movimentos revolucionários, lutou com garra por justiça e liberdade, assim como tantas e tantos que até os dias de hoje gritam, lutam por seus direitos e que merecem o mais alto título da realeza.
Ana Bezerra
(1. semestre de Letras da FIRP/UNIESP)
(Redação a que concorreu ao Concurso Camélia da Liberdade e que lhe rendeu o primeiro lugar em nível estadual, em 2011).