Nem sempre olhar-se no espelho significa enxergar-se...

Às vezes quando olho no espelho,

É uma menina que vejo...

Aquela menina que ficou pra trás,

mas que insiste em estar presente...

As marcas do meu tempo e as dores trazidas,
Fui eu quem senti, não foi ela...

Eu sou:

Razão,

Pés no chão... (Eu sou assim e não ela...)

Se preciso for, brigo para não sentir nada...

Tenho medo de sentir medo, de tanto medo que tenho...

A menina que vejo é toda emoção;

Ainda brinca com os pés descalços, porém, nas nuvens...

Ela vai sempre além de mim;

Esta menina ainda é livre pra sentir...
Sentir o que quiser;

Pois sabe que sentir

É a única coisa que faz sentido...

Ela ainda acredita em sonhos,

E ainda me alcança no espelho...
Tem dias que sou eu;

Já em outros, sou ela...

De agora em diante,

Aonde esta menina for,

Eu estarei lá...

É o meu espelho, esta menina...



Ana Soares