quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Temível Papão


(em homenagem ao meu Arthur)

Queria poder sair por aí e me sentir livre, correr, olhar o céu, ver os horizontes e não ter de me prender ao tempo.
Esse tempo que me prende, tenho de ter tempo para ir trabalhar, ir estudar, ir tomar banho, ir, ir e ir, sempre ir, para onde tanto vou e nunca chego...?
Para que tanta correria se, no final, deitarei em minha cama e a única coisa que irá restar é um corpo cansado e uma mente esgotada?
O bom é ser criança e ver tudo diferente, valorizar os mínimos detalhes.
Poder enxergar uma minúscula formiguinha que passa a sua frente, e achar que qualquer estátua maior que você é o papão, mas mesmo assim ter coragem e ir até ela e encará-la com a coragem de um menino.
Nós adultos achamos que não existe o papão, na verdade o papão é esse tal de tempo que vive nos comendo pelo pé e nos arrastando para o abismo da solidão.
Esse tal de tempo não nos deixa ter o olhar inocente e perspicaz dos seres que chamamos de crianças e que nos levam por alguns instantes a um mundo que jamais poderemos voltar, mas que podemos pelo menos lembrar a nossa infância.

Paula Maria
(3. semestre de Administração da FIRP)

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